- Que o pessoal do tele-marketing não me ligue e se ligar, que eu seja capaz de contar até 100.
- Que meu ciúme seja na medida certa pra ele saber que eu gosto dele, nunca em excesso pra que me veja como a chata ciumenta.
- Que eu tenha paciência quando o elevador demorar, o táxi não parar, o telefone só der ocupado ou não atender, o buzú atrasar, o passageiro do meu lado roncar, o quarto do hotel for pior do que eu mereço.
- Que eu nunca fale mais do que as pessoas querem ouvir e seja capaz de ouvir o que elas querem dizer (coisa difícil).
- Que eu consiga ser gentil mesmo quando tudo em volta estimula a indelicadeza.
- Que a “Lagoa azul” não reprise tanto. Que o “CSI” volte a ser bom. E que eu possa ver o “Prison Breack”, meu vício mais recente.
- Que o mercado não fique nervoso, a Bolsa não despenque, o dólar se comporte, a economia com seus caprichos não nos aborreça (não que isso me incomode, mas os tele jornais ficam insuportáveis quando isso acontece).
- Que as celebridades fiquem quietas em suas casas, pra gente não ter que saber em que castelo estão, com que príncipe ou princesa foram vistas, quanto puseram silicone, que opinião emitiram sobre assuntos que não nos interessam.
- Que meus amigos tenham saúde, que minha família acorde bem todos os dias e que eu mereça ter os amigos e a família que tenho.
- Que eu deseje o bem daqueles que eu não conheço e até daqueles a quem não quero tão bem (será que um dia vou ser tão boa?).
- Que eu não sinta um segundo de rancor ou mágoa.
- Que não feche portas e janelas.
- E que, ainda que o futuro nos dê o benefício da dúvida e o passado a ilusão do que achamos que vivemos, eu escolha viver no presente.
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